segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Infanticídio Falácia

No dia 07-12-2014 foi mostrada num programa de audiência nacional uma reportagem com a chamada sobre Infanticídio, direito á vida e etc.

De acordo com o dicionário priberam.pt:

in·fan·ti·cí·di·o
(latim infanticidium, -ii)
substantivo masculino

Morte dada voluntariamente a uma criança, a um recém-nascido.

"infanticídio", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/infantic%C3%ADdio

Agora a questão é:
onde esta prática é considerada por acordo comum ou tratado social, crime?

Resposta: 
em culturas que por convenção, acordos e tratados sociais transformaram em lei que esta prática é crime. Simples.

Em culturas que não consideram esta prática como crime, qual deve ser o tratamento para com esta referida cultura? 
Deve-se haver uma intevenção forçada para que se acabe esta prática? Para que vire crime? 

Outra questão que se desdobra em outra ou outras, é quem ou qual grupo, definiu como e quaando interferir em culturas diversas?

O que define uma cultura como sendo passível de intervenção? 
Ou até mesmo se ela é simples demais, primitiva ou atrasada para que seja forçada a seguir as premissas de uma outra cultura que foi definida, por sabe-se lá qual grupo, como a cultura modelo, avançada, civilizada e unificadora de todas as outras?

Com base em dados reais é possível criar informação duvidosa e dúbia. O que é regra geral no mundo.

Foi identificado que a cidade mais violente do Brasil é a cidade de Caracaraí em Roraima, com 19 mil habitantes.
Ao adicionar os números referentes às práticas culturais dos indígenas, o chamado infanticídio, os números se elevaram.

A reportagem está em: 
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/12/tradicao-indigena-faz-pais-tirarem-vida-de-crianca-com-deficiencia-fisica.html

A pergunta é: deve-se adicionar esses dados como sendo comum de duas culturas diferentes em que tratam o infanticídio de forma bem distinta, como dados gerais?

Outras perguntas: 
deve-se tratar de forma proporcional as mortes violentas por números de habitantes total? 
Não é levado em conta a forma como cada cultura entende e trata o conceito de violẽncia? Violência para um povo é o mesmo para outro?

Estão tratando de forma unilateral esta questão. Na verdade estão tratando de forma unilateral qualquer questão onde um grupo menor ou uma minoria está envolvida.

Um pedaço da história:

O pseudo-civilizado chega numa terra onde existem povos indígenas.
Percebe a fragilidade desses povos e a partir daí parte para o mano-militari para conquistar.
Outro grupo pseudo-civilizado, acredita que deve "salvar" as almas perdidas, mostra o cristianismo.

Resultado: 
massacres e exterminio de povos e etnias inteiras; 
contaminação cultural, levando crenças divergentes às dos nativos e ensinando que estão totalmente errados, contaminação cultural também em todos os comportamentos que os nativos tinham.
contaminação biológica, uma vez que as doenças desses pseudo-civilizados são desconhecidas pelos nativos;
Estes são apenas algumas das coisas que lembramos por alto.

Depois de todas as atrocidades e crimes cometidos contra os nativos, vêm a necessidade hipócrita de redenção sobre os atos dos antepassados, mas na verdade não passa de auto-promoção e politicagem da forma mais porca, vil e que despreza a diversidade de culturas e diversidade da Vida.


Nenhum governo ou grupo dominante tem qualquer interesse em manter e apoiar o pouquíssimo que resta da cultura e tradição dos nativos sobreviventes. 
Uma vez que são povos em extinção, pra quê tentar conservar? 
Elimine aos poucos até que um dia simplesmente essas pessoas, culturas, povos, sejam somente um rabisco à lápis num canto de um caderno velho de alguma biblioteca ou museu que também será destruído, para dar lugar a um estacionamento, shopping center ou como dizem alguns, ao "progresso".

Ao longo de toda história, observou-se (mas não foi dada nenhuma atenção) que a interferência de uma cultura mais complexa e avançada em outra mais simples e básica, por melhor que sejam as intenções, causam danos irreparáveis. O que dizer então sobre a interferência com intenções destrutivas e gananciosas?

O que são essas pessoas e grupos que podem definir o destino e direção da evolução de outros povos? 
Qual a quantidade de pessoas que define que não se deve interferir na cultura e evolução deles? 700? 700 milhões? 7 bilhões?
A história mostrou que todos os povos foram destruídos com interferência, transferências e realocações. O que difere estes povos dos outros povos?

Direito à vida sim, mas e o direito à cultura de um povo que deseja manter seu modo de viver, manter a sua própria vida? Isso não pode ser considerado como Vida?

Em nenhum momento da história foi dado o direito de se ouvir a minoria. Sempre a maioria é dona da verdade absoluta.

Falam, gritam e defendem o direito à vida e o tal de direitos humanos. Até ai, nada de mais. Mas esses mesmos grupos e pessoas com "autoridade" tentaram ou tentam resolver o problema de sua própria cultura no que tange esta questão de infanticídio?

Se extrapolarmos o conceito de infanticídio podemos então ver que crianças abandonadas pelos pais estão em processo de infanticidio? Que crianças que são "adotadas" pelo tráfico de drogas e outros ramos do crime organizado, estão também em processo de infanticídio?

É fácil fazer leis, colocar agentes em campo, para repreender um povo que não vai poder se defender com o mesmo poderio "militar" do governo. 

Onde estão estas pessoas tentando parar a força o infanticídio causado pelo tráfico de drogas, crime organizado, abandono dos pais, que é muito maior em números estatísticos? 
Onde estão essas pessoas agindo com tanta vontade e determinação para que sua própria cultura possa ser melhor do que elas pré-supõem que seja?

Esconder seus próprios problemas e flagelos para acusar e colocar em evidência os dos outros, que foram causados pelos seus próprios pais e até mesmo eles, é muito mais conveniente e lucrativo.

A cada dia a hipocrisia e a mediocridade são promovidas em todas as suas formas e com todos os esforços possíveis.
Esta é a espécia que infesta o orbe. Humanos.

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